Esta pergunta soa até um pouco engraçada. Quem chega até nosso blog provavelmente ja sabe o que é Linux: um sistema operacional de código aberto,
não é mesmo? Mas e o que exatamente significa código aberto? Quais as
vantagens reais para os usuários em geral (que não trabalham com desenvolvimento, por exemplo)? Como explicar isso a um leigo no assunto? É sobre isso que vamos falar hoje.
O conjunto de programas que interage com o hardware
e nos permite utilizar um computador é chamado de sistema operacional.
Isso inclui desde os componentes de mais baixo nível até aqueles que
usamos para receber e-mails, navegar na internet e editar arquivos de texto.
Diversos fabricantes, como IBM, Apple, Microsoft, entre outros, criaram sistemas operacionais para trabalhar com diferentes tipos de hardwares
disponíveis no mercado e passaram a comercializar estes sistemas e/ou o
suporte para operação dos mesmos. Este processo de comercialização
permite aos usuários desfrutar dos recursos disponíveis pelo tempo
contratado de suporte ou até que o fabricante forneça atualizações para o
mesmo. Isso é (de forma absurdamente simplificada) o que chamamos de
contrato de licenciamento.
Estes conceitos já estavam mais ou menos integrados ao dia-a-dia da TI quando, em 1991, Linus Torvalds (o mesmo que elogiou a abordagem do Ubuntu semanas atrás) desenvolveu a primeira versão do Kernel Linux (ainda bem distante das distribuições como conhecemos hoje) baseado no sistema Minix
para rodar no seu 386 e disponibilizou o código fonte para a comunidade
em geral “convidando” todos a participar do desenvolvimento.
Havia
sido dado um grande salto na história da informática e um dos
principais marcos dos sistemas de código aberto. Hoje contamos com
distribuições sólidas e recheadas de ferramentas para as mais diversas
finalidades inclusive para servidores, como Ubuntu, Fedora, SUSE, CentOS, etc. graças ao chamado que foi feito em 1991.
Mas quais os benefícios reais do código aberto e porque ele permitiu o desenvolvimento do Linux de forma tão saudável? Quando Linus Torvalds liberou o código do kernel que havia escrito para a comunidade sob os termos de uma licença chamada GPL,
ele deu início a um processo que possibilitou que qualquer pessoa que
tivesse interesse e conhecimento pudesse modificar este código,
acrescentar melhorias e distribuí-lo novamente. Com isso, novos recursos
foram adicionados, suporte a novos hardwares, aplicativos, correções, ambientes gráficos, enfim, tudo o que nos permite ter um sistema operacional completo para utilizar.
Com
o tempo, o desenvolvimento deste “sistema” se tornou tão extenso que
objetivos diversos foram surgindo e a comunidade de desenvolvimento foi
se dividindo e se espalhando cada vez mais pelo mundo todo. Famílias de
distribuições se originaram – cada uma delas dedicada a atender um grupo
de usuários ou uma finalidade especial.
Mas as oportunidades do
código aberto não beneficiaram apenas os programadores. Ao se deparar
com um sistema estável e com ótimas ferramentas, os usuários em geral
vislumbraram oportunidades de acesso à novas tecnologias e conhecimento
que antes era restrita somente a quem tinha dinheiro para pagar por isso
ou estava disposto à correr os riscos da pirataria
O Linux permite a utilização em hardware antigo ou de última geração, dispositivos móveis, supercomputadores
ou terminais burros. Já recebeu as mais diversas roupagens como
aplicações específicas para educação, multimídia, acessibilidade ou
segurança, entre outros. Permite a qualquer um que tenha interesse a
criar sua própria distribuição (como é o caso do projeto Linux from Scratch)
ou ainda decidir qual das inúmeras existentes utilizar e permite a
comunidades carentes e escolas reduzir o custo de implementação de
laboratórios e levar o conhecimento à crianças, jovens e adultos que
muitas vezes nunca tiveram acesso à um computador.
Os benefícios do código aberto vão muito além da liberdade de alterar o código. Eles se estendem a toda a sociedade, que agora pode desfrutar de tecnologias inovadoras, aprender com elas e obter benefícios pessoais e financeiros, e tudo isso graças à comunidade de software
livre, que dedica horas e horas de seu tempo para o desenvolvimento de
soluções, correções de erros, apoio aos usuários, treinamentos,
palestras, eventos, enfim…. toda uma filosofia relacionada ao código
aberto.
Por esses motivos que participar ativamente da comunidade
é tão importante, pois sentar na cadeira e esperar que sua distribuição
faça exatamente o que você quer sem nenhum problema é muito fácil, mas
compartilhar conhecimento, auxiliar na solução de bugs e ajudar as outras pessoas é que fizeram do Linux o que ele é hoje.
Em resumo, Linux
é tudo isso: comunidade, tecnologia, compartilhamento, doação e
satisfação pessoal. Participe de forma ativa e construtiva da comunidade
de software livre. Divulgue conhecimento, ajude outras
pessoas, dedique um pouquinho de tempo para compartilhar sugestões de
uso de novas soluções livres, e depois pode colher os frutos deste netowrking saudável e produtivo.
Fonte: Ubuntu-BR-SC
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